Foto: Frederico Raposo | A Mensagem
Informações sobre as características do desenho urbano, morfologia e estrutura de espaço público, espaços verdes de utilização pública, edificabilidade, usos e cedências, seguindo-se um espaço para esclarecimento de questões.
A Freguesia da Ajuda perdeu, entre 1981 e 2011 cerca de 42% dos seus habitantes – os nossos vizinhos, moradores antigos e seus filhos foram ‘empurrados’ para a periferia.
A UEA é uma oportunidade para estruturar, melhorar, implementar novos serviços e valências privilegiando a acessibilidade e a inclusão numa zona típica e com riqueza histórico-patrimonial.
Contudo, parece preconizar a construção ‘condomínio fechado’, fora do alcance da grande maioria dos atuais moradores da Ajuda e longe de um modelo de cidade equilibrada, acessível e sustentável.
Por outro lado, sem o acesso a habitação para os lisboetas, a UEA configura uma intervenção violenta que rasga definitivamente o tecido social da Freguesia: os condomínios, como os construídos na Calçada da Ajuda, tornam privados espaços que poderiam / deveriam ser públicos entre edifícios e não promovem a fixação de residentes, nem a vivência urbana de vizinhança com a agravante de não estimularem a economia local.
E lembramos: a Ajuda não tem espaços centrais e acessíveis – os moradores não têm espaços verdes públicos nem culturais.
A população envelhecida e os acessos difíceis à parte alta da freguesia necessitam que a UEA melhore a circulação a pé e abra às pessoas a Rua da Bica do Marquês.
Por tudo isto e porque à volta destes terrenos da UEA (e outros excluídos, como a envolvente da Torre do Galo) há todo um processo histórico de séculos que é preciso ter em conta mas que, tal como o processo de décadas que começou com a alienação opaca dos terrenos públicos a privados é omitido desta proposta – processo bem descrito pela resposta à consulta pública já entregue pelo Fórum Cidadania LX, publicada aqui e com a qual concordamos.
“Desde já, agradeço a possibilidade de colocar algumas questões na sede da soberania lisboeta.
É importante sublinhar que estou aqui para trazer a voz de um coletivo, Cidadãos pela Ajuda, um grupo informal de cidadãs e cidadãos motivado pelas expectativas e dúvidas que o atual processo de Unidade de Execução da Ajuda suscita. (…)”
“Eram terrenos públicos que acabaram em mãos de privados. Na freguesia da Ajuda, ao pé do Palácio Nacional está a nascer um novo porketo que preocupa quem lá vive.
“Terranos Cobiçados” é uma reportagem de Maria José Garrido com imagem de Miguel Bretiano, Romeu Carvalos e Tiago Eusébio de edição de imagem de Carlota Pam